segunda-feira, maio 21

Vícios de Linguagem

           Ao contrário das figuras de linguagem, que representam realce e beleza às mensagens emitidas, os vícios de linguagem são palavras ou construções que vão de encontro às normas gramaticais. Os vícios de linguagem costumam ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento das regras por parte do emissor.

PLEONASMO VICIOSO ou REDUNDÂNCIA
Diferentemente do pleonasmo tradicional (quando usado para reforçar a mensagem), tem-se pleonasmo vicioso quando há repetição desnecessária de uma informação na frase.
  • Entrei para dentro de casa quando começou a anoitecer.
  • Hoje fizeram-me uma surpresa inesperada.
  • Encontraremos outra alternativa para esse problema.
  • Há consenso geral em relação a isso.


CACOFONIA (CACÓFATO)
Ocorre quando a junção de duas ou mais palavras na frase provoca som desagradável ou palavra inconveniente.
  • Vi ela na esquina.
  • Dei um beijo na boca dela.
  •  Vou-me já.
  • As idéias, como as concebo, são insinuantes.
  • Nunca gaste demais.
Texto:
No meio empresarial, corre uma história muito curiosa. Dizem que uma engenheira química, durante visita a uma indústria, recebeu a seguinte pergunta: "Que a senhora faria se este problema ocorresse em sua fábrica?" Ela respondeu secamente: "Eu mandaria um químico meu." A resposta causou constrangimento. Todos disfarçaram e continuaram a reunião. Lá pelas tantas, nova pergunta: "E neste caso?" Nova resposta: "Eu mandaria um outro químico meu." Foram tantos "químico meu" que um diretor mais preocupado perguntou: "Mas...foi a fábrica toda?" Ela deve ter voltado para casa sem saber o porquê de tanto sucesso.

CACOFONIA (ECO)
Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
  • A divulgação da promoção não causou comoção na população.
  • Vicente já não sente dores de dente tão freqüentemente como antigamente quando estava no Oriente.
  • A exceção dessa situação, a decisão foi feita com correção.
Obs: O eco na prosa é considerado um vício, um defeito. Já na poesia é o fundamento da rima.

AMBIGUIDADE ou ANFIBOLOGIA
Ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido da frase.
  • Ana disse à amiga que seu namorado havia chegado. (O namorado é de Ana ou da amiga?)
  • O pai  falou com o filho caído no chão. (Quem estava caído no chão? Pai ou filho?)
  • O cachorro do seu vizinho faz barulho demais.

BARBARISMO
É o desvio relativo à palavra. É quando grafamos ou pronunciamos uma palavra que não está de acordo com a norma culta.
      Pronúncia
   Estou com poblemas a resolver. (problemas)
   Solicitei à cliente sua brica. (rubrica)
   O segurança deteu aquele homem. (deteve)
      Morfologia
   Se eu ir aí, vou me atrasar. (for)
   Sou a aluna mais maior da turma. (maior)
      Semântica
   José comprimentou seu vizinho ao sair de casa. (cumprimentou)
      Estrangeirismos
   O show é hoje! (espetáculo)
Vamos tomar um drink? (drinque)

SOLECISMO
Colocação inadequada de algum termo, contrariando as regras da norma culta em relação à sintaxe (parte da gramática que trata da disposição das palavras na frase e das frases no período).
      Concordância
   Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia)
   Faltou muitos alunos. (o certo seria faltaram)
      Regência
   Eu assisti o filme em casa. (ao)
   Obedeça o chefe. (o certo seria ao chefe)
      Colocação
   Dancei tanto na festa que não aguentei-me em pé. (não me aguentei em pé)
   Me faltam palavras. (faltam-me palavras)

PRECIOSISMO
Emprego exagerado de palavras rebuscadas.
  • Caluda! Isso não entranha em minha massa encefálica! Trata-se de colóquio flácido para acalentar bovino.
Tradução: Quieto! Não acredito! Isso é conversa mole para boi dormir.

Pronomes

E eu não sei onde isso vai parar...Ou sei?!

Educação no Brasil






Essa é a educação que não queremos, mas infelismente a que temos.

"Há" ou "A"

Ao escrever qualquer tipo de texto precisamos estar sempre atentos a colocação das palavras. No S.O.S. de hoje vamos enterder a diferença entre o "há" e o "a" - na fala nem percebemos tal diferença, mas na escrita...

Utilizamos:
- se o período de tempo já passou: "O fiscal chegou há meia hora";
A - se o período ainda vai ocorrer: " O fiscal voltará daqui a meia hora".

"Há" - passado  X    "A" - futuro

Há tempo - Há = faz. " O fiscal chegou há tempo" (faz tempo que chegou)
A tempo - A = em. "O fiscal chegou a tempo" (chegou na hora, em tempo)

Há uma hora - Há = faz. " O ônibus passou há uma hora".
À uma hora - se a referência for à hora do dia. "O ônibus passou à uma hora".
A uma hora - nos demais casos. "A próxima parada fica a uma hora daqui"...